Excursões do Oeste do Estado pagam diária de R$ 15 por pessoa para ficarem no colégio.
A diretoria da escola que hospeda turistas na Praia dos Ingleses, na Capital, afirma que a Secretaria da Educação tinha conhecimento da prática, mas o município resolveu proibi-la depois de ter sido mostrada em uma reportagem da RBS TV.Excursões do Oeste do Estado pagam R$ 15 por pessoa a diária para permanecer no estabelecimento de ensino municipal do Norte da Ilha.

Foto:Guto Kuerten
A Escola de Educação Básica Gentil Mathias da Silva, localizada na rua Dom João Becker, na frente da praia, tem 800 alunos e receberia grupos de turistas há mais de três anos.A iniciativa é liderada pela Associação de Pais e Professores (APP) e defendida por professores, dirigentes, pais e, naturalmente, os próprios turistas. Alguns ficaram revoltados com as imagens da hospedagem, e uma tentativa de agressão contra a equipe da RBS TV chegou a ser registrada no local. Nesta sexta-feira, a escola abrigava pessoas das cidades de Nova Itaperaba, Planalto Alegre e Chapecó, entre adultos e crianças.
A professora e ex-diretora Jussara Lamin afirmou que a iniciativa não se caracteriza como turismo e não tem como objetivo arrecadar dinheiro. Segundo Jussara, abrir a escola para as excursões é como um intercâmbio e integração com o povo do Oeste do Estado, e os R$ 15 são uma espécie de contribuição para bancar as despesas como luz, água e gás. O dinheiro arrecadado, segundo ela, fica com a APP, que o reverte em atividades culturais e viagens para os estudantes.
O atual diretor, Adriano de Oliveira, ressaltou que a prática serve como oportunidade para os moradores do interior conhecerem o mar e a Capital, mas reconhece que é necessário mais organização e definição de regras por meio de uma portaria do município, o que não existe.— Posso garantir que não tem gente ganhando dinheiro e que os alunos não são prejudicados — disse Oliveira. A reportagem esteve na escola à tarde. Um grupo de homens tomava chimarrão e outro preparava comida na cozinha.
Havia pranchas pelos corredores.
— A gente só queria descansar e conhecer a praia. E pretendemos ficar, porque já pagamos adiantado a escola e o ônibus.
— comentou um dos hóspedes que disse ser agricultor em Chapecó e pediu para não ser identificado. Turistas devem sair no domingo Os turistas dormem nas salas do andar de cima em colchões. Algumas tinham varais improvisados e roupas estendidas. Após a prática ser denunciada nas reportagens, o secretário municipal da Educação, Rodolfo Joaquim Pinto da Luz, determinou a abertura de sindicância.
O diretor do departamento de educação fundamental, Pedro Rodrigues, disse que a sindicância deverá mostrar que não houve má intenção com a iniciativa, mas que se houver irregularidades a prefeitura irá agir. Rodrigues relatou que nos 12 anos que atua na educação a prática é costumeira em várias escolas de Florianópolis.— É feito acompanhamento e, em hipótese alguma, há lucro de alguém com isso — disse. Ele garantiu que os estudantes não sofrem qualquer prejuízo com o uso da estrutura da escola. Os turistas do Oeste deverão deixar o local no domingo.
Fonte: Clickrbs.com
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